18 fevereiro 2008

Haverá Sangue (3/5)

É possível que tenha sido o meu dia que foi 3/5. É possível que por causa de todo o "buzz" que se gerou à volta do filme, esperasse mais. É possível também que tenha acreditado que era desta que vinha aí o "novo" Magnolia, depois da decepção de "Punch Drunk Love".

Gostar ou não de um filme depende de demasiados factores que por vezes pouco tâm a ver com o argumento, as interpretações ou a realização. Quando se viu, onde se viu, como se viu. Com quem se viu. As expectativas que se tinham. O que vimos no dia anterior. O que veríamos no dia seguinte. O que sabíamos sobre o filme e o que não sabíamos. O que esperávamos do realizador ou dos actores.

É talvez também o problema de um dia se ter gostado demasiado de um filme. E de agora ser impossível ver um novo filme de Paul Thomas Anderson sem o colocar em perspectiva com "Magnolia".

Mas então "Haverá Sangue" é um filme mau, mediano ou fraquinho? Jesus, longe disso! Um argumento bem construído, uma realização imaculada, uma narração fluida, um actor secundário que se revela uma surpresa e um actor principal sobre o qual já tudo foi dito e de quem dizem que realizou a melhor interpretação do que levamos de século XXI.

Por tudo isto, "Haverá Sangue" é obviamente um grande filme e merece seguramente melhor nota do que a que lhe dei. Mas vou esperar para ver outra vez, noutro sítio, noutro dia e com outros olhos, e talvez depois aqui venha fazer-lhe justiça.