09 setembro 2008

Wall-E (5/5)

A Casa-Mãe dos desenhos animados volta a fazer magia e a provar que não há limites para a imaginação.

Depois do melhor filme de animação de sempre (Ratatouille), chega mais um que compete directamente com o rato por esse título.

Não se pode ser mais fofinho que este robot organizado, arrumado, naíf, com expressão de caozinho abandonado e com muito amor para dar. Se já é difícil fazer um filme em que a personagem principal passa grande parte do tempo sozinho, por depender muito da capacidade do actor em expressar sentimentos apenas com a face e sem a ajuda de diálogos (lembro-me das interpretações magistrais de Will Smith em "Eu Sou a Lenda" e Tom Hanks em "Náufrago"), ainda o seria mais difícil para um boneco.

Mas a Dreamworks consegue-o de maravilha, recorrendo a um desenho apurado, pequenas rábulas que explicam a personalidade da personagem e expressões de cara que não imaginaríamos ver num actor de carne e osso, quanto mais num robot desenhado a lápis e borracha.

E se "Wall-E" talvez perca para "Ratatouille" no campeonato da fluidez de movimentos e riqueza pictórica (por ser, pela sua natureza, cenários e história necessariamente menos apelativo aos sentidos do que era "Ratatouille"), ganha por larga margem na capacidade de contar uma história com conteúdo e mensagem e por ter sabido escolher a personagem certa, na humanidade, simplicidade e sensibilidade, para esse fim.