14 dezembro 2005

Flores Partidas (2/5)

Uma história que se conta em poucas palavras (o realizador demorou duas semanas e meia a escrevê-la), uma viagem de descoberta pessoal, um filme feito à medida de um actor, Bill Murray.
Uma viagem física, como recurso estilístico e narrativo, é quase sempre um pretexto para enquadrar um outro tipo de viagem, pessoal, humana, existencial, filosófica, pela qual uma determinada personagem passa ao longo de uma história e da qual sai necessariamente diferente. Mas nada disso acontece neste filme e talvez resida aí o verdadeiro McGuffin deste "Flores Partidas" e não em tentar descobrir qual das ex-namoradas enviou a carta que despoletou a referida viagem.
Seja como for, é pouco para um filme que ostenta o Grande Prémio do Júri de Cannes e que recebeu ainda uma nomeação para a Palma de Ouro. Jim Jarmusch, conhecido entre nós apenas pelo pouco meritório "Café e Cigarros", tinha ovos para fazer uma omelete melhor, se pensarmos na qualidade das actrizes (algumas resgatadas ao baú das esquecidas de Hollywood) e, claro, na inexpressividade expressiva de Bill Murray, que para comunicar nem precisa falar.
Um filme simples, demasiadamente simples.

4 Comments:

Blogger apipocamaisdoce said...

"a inexpressividade expressiva de Bill Murray"...o menino é um poeta!!

16/12/05 09:02  
Anonymous Anónimo said...

Nao é realmente para todos este nível de contençao narrativo e o refinamento desta análise psico-metafísica. Um Joao Lopes no seu auge, um Vasco Câmara no seu estado puro, uma Kathleen Gomes nos seus melhores dias... Este JP faz-se!

16/12/05 11:00  
Blogger apipocamaisdoce said...

A menina Catarina para deixar comentários em posts secaaaaantes está sempre pronta, mas para deixar um comentáriozinho no meu blog é preciso o rei fazer anos. É mesmo uma sonsa tendenciosa!

16/12/05 11:07  
Blogger Ryder said...

Não acredito... Uma Kathleen Gomes... Oh meu Deus, ao que isto chegou :(
Essa senhora devia ser impedida de se aproximar de uma sala de cinema. Essa sim é uma sonsa, para usar uma expressão tão querida ali da pipoca.
Um bom texto do nosso Jurássico, embora realmente a sua aproximação ao cinema esteja cada vez mais próxima dessa sonsa que mencionou. Forma essa de encarar o cinema que eu desprezo, como já disse pessoal e claramente ao Jurássico Andy. Daqui fica o meu apelo:
Andy, exorciza-te... Expulsa de dentro de ti o espírito dessa tal Kathleen, que te deixa a falar em aramaico e sabe-se lá mais que lingua...

20/12/05 17:17  

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