16 janeiro 2006

King Kong (4/5)

Puro entretenimento, emoção a rodos e uma história de amor entre um macaco e uma mulher.
Passaram já muitos anos desde que vi a versão original de King Kong (o filme de 1933, da autoria de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack) e tenho pena de não conseguir recordar-me de uma única cena porque muito jeito me dava para poder fazer comparações. Mas há uma coisa que salta aos olhos de todos quantos vejam este "King Kong" do século XXI. É que não se imagina como foi possível fazer um filme deste tipo com a tecnologia que existia nos anos 30. Se é que existia alguma.
Depois da trilogia “O Senhor dos Anéis”, Peter Jackson regressa aqui em grande nível e no seu melhor. Nem sei o que mais admiro nele: se a capacidade de nos fazer acreditar que o que vemos no ecrã não são efeitos especiais mas sim personagens reais (sejam macacos, dinossauros, dragões ou trolls); se o modo de contar histórias, sempre apaixonante e com o ritmo certo; ou se a técnica cinematográfica, que domina como ninguém, parecendo sempre que escolhe a melhor luz para cada plano, o melhor plano para cada cena e a melhor cena para cada momento da história.
Desisto de tão difícil escolha e rendo-me ao festival de luz, cor e acção que preenche o ecrã e não nos deixa descansar durante 3 horas. Os actores são aqui peças menores de uma máquina demasiadamente bem oleada para deixar brilhar quem quer que seja. Naomi Watts, Jack Black e Adrien Brody parecem tirados de um filme dos anos 60, de tão propositadamente clássicas são as suas interpretações, parecendo mesmo que juntamente com o genérico final, foram os únicos elementos que o realizador foi buscar ao modelo original. O resto... bom, o resto é uma irmandade entre passado, presente e futuro, com um final apoteótico no cimo de uma torre onde um rei resiste o mais que pode, apenas por amor. Algum dia regressará?

3 Comments:

Blogger Ryder said...

Muito boa crítica, apenas me cabe corrigir um pequeno pormenor: Os actores parecem tirados de um filme dos anos 40 e não 60 ;)

17/1/06 09:59  
Anonymous Anónimo said...

Se nao fosse realizador, Peter Jackson decerto daria um bom contador de histórias para crianças, tal a sua capacidade de entreter. Quem mais conseguiria aguentar um filme, sem nunca perder o pé, durante mais de uma hora até que apareça a personagem que todos ansiamos ver?
Peter é mestre na arte de contar histórias e trata os efeitos especiais por tu. Tudo isto conjugado faz com que seja possível passar mais de três horas dentro de uma sala de cinema sem que disso se dê conta.
Tal como já disse JP, os actores de carne e osso sao neste King Kong meros secundários, uma vez que o macaco rouba mesmo todas as cenas em que aparece.
Mas para mim "A" cena é mesmo a do reencontro, já na cidade, da lourinha com o primata. Figurará concerteza nos anais da história do cinema...

17/1/06 15:46  
Blogger apipocamaisdoce said...

Ai, os anais, os anais...da história do cinema, claro!

21/1/06 17:51  

Enviar um comentário

<< Home