10 fevereiro 2006

Munique (4/5)

Confesso que esperava mais deste "Munique", o último filme do genial realizador Steven Spielberg. Talvez por o seu standard de qualidade ser sempre tão acima da média, esperava que me conseguisse surpreender e tocar simultaneamente com a história dos assassinatos dos atletas israelitas nos Jogos Olímpicos de Munique. Claro que digo de Spielberg o mesmo que se dizia de Figo nos seus tempos áureos: mesmo quando jogava mal, era sempre o segundo melhor jogador em campo. Spielberg não jogou mal neste filme mas também não fez o seu melhor jogo.
A começar, desde logo, pelo argumento. Spielberg é um realizador que precisa de boas histórias para "inventar" cinema e criar magia. A verdade é que a história de "Munique" conta-se em duas palavras: morte e vingança. Claro que temos uma personagem (interpretada por Eric Bana) em busca do seu verdadeiro "eu", duas culturas em choque civilizacional sem que se perceba quem são os bons e quem são os maus e muita competência a compor planos, tendo sempre música como pano de fundo. Mas onde estão os rostos de sofrimento que eram mostrados em "A Lista de Schindler"? Onde está a obsessão por mostrar a diferença entre o bem e o mal? Perdeu-se tudo apenas porque se quis mostrar os dois lados da história?
Pela minha parte preferia mais humanidade e emotividade ainda que se perdesse em isenção. Isentas são as rochas. Ninguém pediu a Spielberg para filmar um documentário.

1 Comments:

Blogger Ryder said...

Bem, eu vejo mais qualidade no filme que tu, são opiniões. No entanto, não é certamente um filme feito de isenção, muito menos será um documentario! É claramente um filme parcial, e cuja visão é inclusivamente atacada pelos dois lados.

3/3/06 12:55  

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