28 fevereiro 2006

Capote (4/5)

Walk the Line (4/5)

20 fevereiro 2006

Syriana (4/5)

16 fevereiro 2006

Boa Noite e Boa Sorte (4/5)

10 fevereiro 2006

Orgulho e Preconceito (3/5)

E a provar que ainda se podem fazer filmes de domingo à tarde com alguma piada, aqui está este "Orgulho e Preconceito", uma comédia de costumes, misto de drama e romance, com personagens bem gizadas e momentos de puro humor, a fazer-nos pensar que nem tudo o que é leve é necessariamente fútil.
A história cativa-nos e leva-nos de volta para os tempos dos nossos antepassados, em que casar por amor era um luxo mas onde havia sempre uma doce donzela disposta a desafiar o establishment para poder viver o seu sonho. Neste caso, essa donzela é Keyra Knightley e vai fazer mesmo de tudo para não casar com um primo que a mae lhe quer impingir.
Gosto destes filmes à antiga, onde os valores valiam mesmo e conceitos como "honra" e "família" nao eram simples palavras. E gosto que o amor triunfe no fim.

Munique (4/5)

Confesso que esperava mais deste "Munique", o último filme do genial realizador Steven Spielberg. Talvez por o seu standard de qualidade ser sempre tão acima da média, esperava que me conseguisse surpreender e tocar simultaneamente com a história dos assassinatos dos atletas israelitas nos Jogos Olímpicos de Munique. Claro que digo de Spielberg o mesmo que se dizia de Figo nos seus tempos áureos: mesmo quando jogava mal, era sempre o segundo melhor jogador em campo. Spielberg não jogou mal neste filme mas também não fez o seu melhor jogo.
A começar, desde logo, pelo argumento. Spielberg é um realizador que precisa de boas histórias para "inventar" cinema e criar magia. A verdade é que a história de "Munique" conta-se em duas palavras: morte e vingança. Claro que temos uma personagem (interpretada por Eric Bana) em busca do seu verdadeiro "eu", duas culturas em choque civilizacional sem que se perceba quem são os bons e quem são os maus e muita competência a compor planos, tendo sempre música como pano de fundo. Mas onde estão os rostos de sofrimento que eram mostrados em "A Lista de Schindler"? Onde está a obsessão por mostrar a diferença entre o bem e o mal? Perdeu-se tudo apenas porque se quis mostrar os dois lados da história?
Pela minha parte preferia mais humanidade e emotividade ainda que se perdesse em isenção. Isentas são as rochas. Ninguém pediu a Spielberg para filmar um documentário.

O Segredo de Brokeback Mountain (4/5)

Há uma opinião que parece unânime sobre este "Brokeback Mountain" e que se ouve um pouco por toda a parte: se em vez de dois homens esta história de amor fosse entre um homem e uma mulher, o romance passaria totalmente despercebido e provavelmente nem se teria chegado a fazer um filme.
Porquê então todo o alvoroço que o filme criou e por que razão é falado como um dos mais fortes candidatos aos oscares da Academia? Apenas porque o tema está na moda? Porque é preciso coragem para filmar como Ang Lee filmou? Por os actores serem bons? Porque a Academia gosta sempre de mostrar que nao é conservadora e também sabe apreciar os temas polémicos?
Bem, sim, por tudo isto e apenas uma coisa mais: é que o filme é realmente bom.
É forte, intenso, brutal. Rude, violento, perturbador. Como provavelmente seria o amor entre dois homens com aquelas características e vivendo naquele tempo.
Ang Lee soube captar o essencial daquela relação sem necessitar de filmar muitas cenas de amor. Ás vezes, sem necessidade até de muitas palavras, já que os gestos e os olhares dos actores falam realmente por eles.
Mas teria então algum interesse esta história de amor se fosse entre um homem e uma mulher? Não, provavelmente não. Seria o mesmo que perguntar se a história do ET teria o mesmo interesse se no lugar do extra-terrestre houvesse um cão. Mais importante do que procurar beleza onde não a há, é a lição sociológica que fica no final e nos ensina que não se pode definir e catalogar a homosexualidade como se cataloga um filme em comédia ou drama. Que não vale a pena tentar encontrar os factores que a determinam.
Se virmos bem, nenhum daqueles dois homens era homossexual antes de ter chegado a Brokeback Mountain...

Onde está a Verdade? (3/5)

Difícil de explicar este "Onde está a Verdade?", do egípcio Atom Egoyan.
Creio que o melhor seria defini-lo como "sexy who-dun-it?" já que é clara a intenção do realizador em centrar a atenção do espectador no assassinato, tema central do filme, procurando fazê-lo questionar-se a todo o momento sobre quem será o assassino e qual o motivo do crime.
Por outro lado, e à boa maneira de "Exótica", o filme mais conhecido de Egoyan, há uma sensualidade que perpassa por toda a película, corpos despidos, jogos de sedução intensos e sexualidade à flor da pele.
Lanny Morris (Kevin Bacon) e Vince Collins (Colin Firth) são duas estrelas retiradas do showbiz americano que escondem um segredo que mudou para sempre as suas vidas. Alison Lohman (Karen O'Connor) é uma jornalista que tentará descobrir esse segredo e esclarecer a verdade por detrás da história da criada de hotel que apareceu morta no quarto de Lanny e Vince.
Onde está a verdade, então? Bom, quem quiser saber vai ter que ir ver o filme. Para mim, a verdade que eu descobri foi que o enredo nunca chega a entusiasmar e que o filme é sempre muito melhor como drama erótico do que como thriller policial.